Neste Post, abordaremos o que você precisa saber sobre a Hipertensão Arterial. A importância da prevenção. Direto ao ponto.
O QUE É
Conhecida popularmente como pressão alta, a hipertensão arterial é uma condição clínica caracterizada pelos níveis pressóricos nas artérias elevados e sustentados (acima de 140/90 mmHg, ou 14 por 9). A pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior para bombear o sangue e também danifica os vasos sanguíneos. No Brasil, ela atinge mais de 32,5% dos adultos e mais de 60% dos idosos. O seu impacto é demonstrado na contribuição para desenvolvimento de doenças mais graves como o AVC (Acidente Vascular Cerebral, ou derrame), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, problemas relacionados à visão, dentre outros.
É um mal silencioso por, em grande parte dos casos, não apresentar sintomas. Sendo assim, ao longo do tempo, se não tratada da forma correta, ela ataca os vasos sanguíneos, o cérebro, os rins, o coração e a visão. E o primeiro sintoma pode ser decorrente de um quadro grave.
CAUSAS
A hipertensão pode ter várias causas e, na maioria das vezes, os fatores são múltiplos. Como fatores de risco para desenvolvê-la destacam-se a idade (mais prevalente em maiores de 65 anos), obesidade, má alimentação (ingestão de sal e gordura), estresse, alcoolismo, sedentarismo e fatores genéticos. Em uma menor parcela, ela pode ser causada por uma doença relacionada, como distúrbio da tireóide ou de outras glândulas endócrinas, tais como a suprarrenal ou paratireóide.
SINTOMAS
Grande parte dos hipertensos não apresenta sintomas. Entretanto podem ocorrer: dores no peito, dores de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico sempre deve ser feito por um médico e as pessoas que se encaixam nos grupos de risco devem fazer exames periódicos. Lembrando que picos isolados de pressão alta podem não significar que a pessoa tenha a doença, devendo a pressão estar sustentadamente elevada. Por isso o diagnóstico deve obedecer precisamente à critérios pré-estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
QUANDO MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL
– Em pessoas saudáveis: pelo menos 01 vez ao ano ou em caso de sintomas.
– Em hipertensos já diagnosticados: frequência pré-determinada pelo cardiologista assistente. A depender dos níveis pressóricos mensurados em consultório, sintomas e resultados de exames.
ONDE MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL
– Em casa, farmácia, consulta médica ou pronto socorro (em caso de urgência).
COMO MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL EM CASA
– Certificar que: não está com a bexiga cheia, não praticou exercícios físicos por pelo menos 60 minutos, não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos e não fumou nos 30 minutos anteriores.
– Sentado de forma confortável.
– Com todo o antebraço apoiado em uma superfície rígida e com altura do punho próxima à altura do coração.
– Palma da mão virada para cima.
– Com aparelho digital (de braço):
Posicionar a braçadeira na porção média do braço, de forma que não fique folgas. Deixar o fio da braçadeira por cima do braço. Posteriormente, ligar o aparelho e aguardar que ele proceda a aferição da pressão arterial sem movimentar o braço.

– Com aparelho digital (de pulso):
Posicionar o aparelho no punho, de forma que não fique folgas. O visor deve estar voltado para dentro conforme na figura abaixo (cuidado para não deixar o visor de “ponta-cabeça”). Ligar o aparelho e não movimentar o membro até a completa aferição.

– Com esfignomanômetro:
A mensuração através do esfignomanômetro deve feita por pessoas treinadas (profissionais de saúde), pois requer uma sequência exata de ações para uma medida adequada. Abaixo, seguem as orientações da Sociedade Brasileira de Cardiologia para adequada mensuração (para os profissionais de saúde):
- Determinar a circunferência do braço (ponto médio entre o Acrômio e Olécrano).
- Selecionar o manguito de tamanho adequado.
- Colocar a braçadeira sem deixar folgas (2 a 3 cm da fossa cubital).
- Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial.
- Estimar o nível da pressão arterial sistólica (PAS) pela palpação do pulso radial.
- Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou diafragma do estetoscópio (sem compressão excessiva).
- Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível da PAS obtido pela palpação.
- Proceder a deflação lentamente.
- Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som.
- Determinar a pressão arterial diastólica no desaparecimento dos sons.
- Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento.
– Observações importantes:
* Certificar que o aparelho esteja calibrado junto à um profissional de saúde ou fabricante.
* Certificar que o aparelho (no caso dos digitais de braço e esfignomanômetro) possuem o tamanho adequado para medidas do seu braço.
TRATAMENTO
Esta doença é classificada em estágios de acordo com os níveis da pressão. E essa classificação permite definir quais os pacientes necessitam tratamento medicamentoso e quais exames devem ser feitos. E, somado a outros fatores como diabetes, história na família de problemas cardíacos, alteração do colesterol e tabagismo, o estadiamento da pressão arterial também nos permite classificar o risco cardiovascular do paciente.
O tratamento envolve mudanças do estilo de vida e, quando necessário, uso de medicamentos. Sendo assim o paciente é estimulado a manter o peso adequado, controlar a ingesta de sal, praticar atividades físicas regularmente, abandonar o fumo e moderar a ingesta de álcool, bem como evitar alimentos ricos em gorduras saturadas, controlar ansiedade/estresse e controlar o diabetes e outras comorbidades. Quanto à terapia medicamentosa, temos no mercado diversas classes de medicamentos que devem ser prescritos de acordo com o perfil de cada paciente e a melhor medicação deve ser definida pelo médico. É de suma importância a que as medicações sejam tomadas na hora certa.
É importante um adequado diagnóstico e abordagem da hipertensão, pois isso permite um melhor controle a longo prazo, evitando riscos futuros. Quando tratada de maneira correta, o paciente pode ter uma boa qualidade de vida evitando o desenvolvimento de doenças mais graves advindos da hipertensão arterial.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia – Diretriz de Hipertensão Arterial – 2020