Pos Covid 19, Clinicor BD
Recomendações para esportistas e atletas pós-COVID 19

Sou esportista e tive COVID. O que fazer?

Após 2 anos de pandemia causada pelo COVID-19, evidenciou-se que acometimentos cardíacos se fazem frequentes, principalmente nos pacientes que necessitaram interação. A lesão cardíaca ocorre em cerca de 20 a 30% dos pacientes internados e contribuiu para 40% dos óbitos.

                Várias são as hipóteses aventadas para a causa da lesão cardíaca e na maioria dos casos há mecanismos diversos. Dentre eles a resposta inflamatória acentuada, auto-imunidade, efeitos da baixa oxigenação no coração, lesão direta dos pequenos vasos do coração e efeito pró-trombótico (que favorece a formação de coágulos na circulação) são os mais importantes. Nos casos mais graves a causa ainda é obscura e pode estar relacionada à mecanismos diretos e indiretos.

                As alterações cardíacas mais observadas nos casos que necessitaram internação foram: arritmia (veja o que é no link: https://clinicorbd.com.br/2021/08/05/tudo-o-que-voce-precisa-saber-para-fidelizar-pacientes-em-5-dicas/ ), insuficiência cardíaca (enfraquecimento do músculo do coração), miocardite (inflamação do músculo cardíaco) e choque cardiogênico (incapacidade de bombeamento de sangue por parte do coração).

                Esportistas competitivos ou não, bem como atletas, necessitam passar por um protocolo de rígido de avaliação antes do retorno das atividades físicas. Esse protocolo, sugerido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, tem o intuito de propiciar um retorno seguro à pratica de atividades físicas. Essa preocupação advém do fato de esse grupo necessitar de uma boa saúde cardiovascular devido ao seu treinamento intenso.

                É sabido que, mesmo casos leves de COVID-19, podem cursar com dano cardíaco tardio e isso pode resultar em sequelas que prejudicam a prática de atividades físicas. Por isso, o protocolo proposto identifica os esportistas/atletas elegíveis para retorno gradual às atividades físicas e aqueles que têm risco aumentado de morte súbita (pós sequela cardíaca do COVID).

                A miocardite é o principal diagnóstico a ser investigado. Pois devido à arrimtia que ela pode causar, o atleta pode estar exposto à quadros graves, como a morte súbita, durante a atividade física.

RECOMENDAÇÕES PARA ESPORTISTAS COMPETITIVOS E ATLETAS (PÓS-COVID):

Ciclismo, Clinicor BD
Orientações para esportistas que tiveram COVID

– QUADRO DE COVID LEVE

 Após 14 dias do desaparecimento dos sintomas, o paciente deve passar por uma consulta com cardiologista, onde serão feitos o eletrocardiograma, exame clínico e avaliação da troponina T (exame laboratorial que detecta dano cardíaco). Se estes exames estiverem normais, solicita-se então um teste ergométrico (ou teste cardiopulmonar).

– QUADRO DE COVID MODERADO

                Também deve ser avaliado após 14 dias do desaparecimento dos sintomas. Onde serão solicitados o eletrocardiograma, troponina T (exame laboratorial que detecta dano cardíaco), ecocardiograma (ultrassom que avalia a função do coração) e teste ergométrico. Em alguns casos selecionados solicita-se a ressonância magnética do coração a fim de excluir infecção do músculo cardíaco (miocardite).

                Após 14 dias do desaparecimento dos sintomas e os exames apresentando-se normais, o atleta/ esportista pode retornar as atividades físicas de forma menos intensa. E aumentando a carga de esforço progressivamente.

– QUADRO DE COVID GRAVE

                Avaliado após 14 dias de desaparecimento dos sintomas. O paciente será avaliado clinicamente e solicitado os seguintes exames: troponina T (exame laboratorial que detecta dano cardíaco), eletrocardiograma, ecocardiograma (ultrassom que avalia a função do coração), teste ergométrico (ou cardiopulmonar) e ressonância magnética do coração.

                               Após 14 dias do desaparecimento dos sintomas e os exames apresentando-se normais, o atleta/ esportista pode retornar as atividades físicas de forma menos intensa. E aumentando a carga de esforço progressivamente.

Para todos os casos sugerimos uma reavaliação clínica após 30 dias da realização desses exames. E em caso de alteração de algum dos exames ou diagnóstico de alguma patologia cardíaca, os tratamentos são direcionados de acordo com cada tipo de acometimento.

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia